HISTORIA E CULTURA DE VITÓRIA DA CONQUISTA
A cidade de vitória da conquista
nomeada na época como arraial da conquista, foi
fundado em 1783 pelo português João Gonçalves
da Costa, que nasceu em Chaves em 1720, e
com dezesseis anos de idade, foi para o Brasil a serviço de D. José I, o Rei
de Portugal, com
o objetivo de conquistar as terras do oeste da costa Baiana.
Antes disso já tinha lutado ao lado do
Mestre-de-Campo João da Silva
Guimarães, líder da Bandeira responsável pela ocupação territorial do Sertão, que
começou em 1752. A
origem do núcleo populacional está relacionada à busca de ouro, à introdução da
atividade pecuária e ao próprio interesse da metrópole portuguesa em criar um
aglomerado urbano entre a região litorânea e o interior do Sertão. Portanto,
integra-se à expansão do ciclo de colonização dos fins do século XVIII.
Através da Lei Provincial N.º 124, de 19 de maio de 1840, o
Arraial da Conquista foi elevado a Vila e Freguesia, passando a se denominar Imperial Vila da Vitória, com
território desmembrado do município de Caetité,
verificando-se sua instalação em 9 de novembro do mesmo ano. Em ato de 1º de Julho de 1891, a
Imperial Vila da Vitória, passou à categoria de cidade, recebendo,
simplesmente, o nome de Conquista.
Finalmente, em dezembro de 1943,
através da Lei Estadual N.º 141, o nome do Município é modificando para Vitória
da Conquista.
A região onde hoje e a cidade de vitória da conquista antes
foi habitada por indígenas mais precisamente as tribos dos pataxós, Mongoyos e
Ymbores, essas tribos se espalhavam por uma região considerável de terra
conhecida como sertão da ressaca.
Cada índios de cada tribo possuíam características bem
diversificadas como os
ymborés que apresentavam pele morena e o hábito de usarem um botoque de madeira
nas orelhas e lábios - daí o nome Botocudo. Gostavam de pintar o corpo com
extratos de urucum e jenipapo. Eram guerreiros temidos, viviam da caça e da pesca e
dividiam o trabalho de acordo com o gênero, cabendo às mulheres o cuidado com
os alimentos e os homens ficavam responsáveis pela caça, pesca e a fabricação dos utensílios a serem utilizados nas guerras. Já os pataxós não possuíam grande porte físico. Dizem que suas caras eram
largas e suas feições grosseiras. Não pintavam o corpos. A caça era uma de suas principais atividades afinal
não acho muita coisa sobre essa tribo. Haviam também os Mongoiós tribo de
indígenas que muitos diziam ser donos de uma beleza física e uma elegância nos
gestos que os diferenciava dos outros. Tinham também o hábito de depilar-se e
de usar ornamentos feitos de penas,
como os cocares. Praticavam atividades como artesanato, a caça e a agricultura. O trabalho também era divido
de acordo com os gêneros. As mulheres da tribo mongoiós eram tecelãs. A arte,
com finalidade utilitária, tinha importância para essa tribo já Eles faziam cerâmicas, bolsas e sacos com fibras de palmeira que se diferenciavam pela
qualidade.
Conflitos entre indígenas e colonizadores
João Gonçalves da Costa chegou ao território onde hoje está
Vitória da Conquista depois do esgotamento das minas de ouro de Rio de Contas e
das Gerais. Ele estava a procurar novos pontos de exploração mineral. E mesmo
não achando ouro por aqui, ele acabou ocupando a região e fundando o Arraial da
Conquista.
Tem um coisa curiosa sobre João Gonçalves. Segundo os
registros históricos, ele era um “preto forro”, melhor dizendo, um ex-escravo.
A ascensão política de pessoas como João Gonçalves da Costa ocorria por conta
de sua coragem e de sua fidelidade à Coroa Portuguesa. A filiação ao terço
Henrique Dias, espécie de irmandade, afirmou sua condição de livre. Em troca,
ele agia em nome de Deus e da Coroa, desbravando terras e garantindo a ocupação
do território.
A ocupação do Sertão da Ressaca foi feita às custas da
derrota dos povos indígenas. Primeiro, João Gonçalves enfrentou o povo Ymboré.
Valentes, resistiram à ocupação do território. Por causa da fama de selvagens,
foram escravizados pelos colonizadores. Para piorar a situação, os Mongoyó
aliaram-se aos portugueses para derrotá-los.
Com isso os mongoyos se acharam mais espertos porem após
derrotaram as outras tribos junto aos português eles foram escravizados e
obrigados a trabalhar na abertura de estradas e na derrubada de matas para a implantação
da pecuária. Quando os mongoyos perceberam a traição dos portugueses, eles se
organizaram e planejaram uma reação.
Por muito tempo os portugueses lutaram contra os mongoyos
isso foi fazendo com que eles ficassem cansados e com o moral baixo, foi ai
então que segundo historiadores João Gonçalves supostamente teria feito uma
promessa a nossa senhora das vitórias de que se a vitória fosse deles seria
erguida uma igreja em sua homenagem, isso teria então tornado os soldados mais
confiantes e revigorados oque haveria tornado possível a vitória dos
portugueses sobre aquele grupo indígena.
A batalha continuo e várias técnicas traiçoeiras foram
adotadas pelos portugueses como a oferta de roupas infestadas por doenças más o
ultimato se deu no período de 1803 e 1806,
quando a luta foi intensa. Foi realizado então o “Banquete da Morte”. Os
Mongoyó foram chamados a festejar uma suposta trégua e, depois de consumirem
bebida alcoólica, foram cercados por soldados, que mataram quase todos os
presentes, inclusive mulheres e crianças. O povo Mongoyó sucumbiu.
No final do século XVIII, o Arraial da
Conquista se resumia a uma igreja e algumas dezenas de casas. Nesse tempo,
ainda existiam matas densas com fauna e flora bastante ricas.
A cidade foi crescendo lentamente. As primeiras ruas
mantendo-se próximas ao leito do Rio Verruga, região que vai da atual Rua
Ernesto Dantas até a Avenida Bartolomeu de Gusmão, passando pelo Ceasa. Em
1780, havia cerca de 60 casas no Arraial.
Já em 1840, ano em que o Arraial foi elevado à condição de
Vila Imperial da Vitória, distrito da Vila de Caetité, esse número já havia se
multiplicado. Além dos colonizadores e seus descendentes e dos negros, a Vila
recebeu sertanejos e litorâneos.
Por esses anos surgiram as ruas da Moranga, do Aguão, dos
Tocos e da Boiada, respectivamente, as atuais Siqueira Campos, 10 de Novembro,
Guilhermino Novaes e João Pessoa. Estas ruas foram surgindo porque são acessos
para localidades vizinhas, como Poções, Jequié, Caetité e Ilhéus. Isso mostra
que, desde cedo, a cidade tinha uma integração forte com os municípios da
região.
Rio-Bahia
impulsiona o desenvolvimento.
Mais tarde, a abertura da Rio-Bahia (Avenida Presidente Dutra)
também impulsionou o crescimento da cidade. A obra foi inaugurada pelo
presidente João Goulart, em 1963, reforçando a posição de Vitória da Conquista
no cenário regional. Com as duas rodovias-avenidas, Conquista recebeu um novo
contingente humano formado por baianos, mineiros, paulistas e nordestinos de
diversos estados, especialmente sergipanos e pernambucanos.
Até a década de 1960, a maior parcela da zona rural de
Vitória da Conquista ainda era ocupada por pastagens, pela agricultura de
subsistência e pelo cultivo de mandioca e de mamona.
Crise do
café: setor de serviços se amplia
Em abril de 1980, trabalhadores rurais de Vitória da
Conquista e Barra do Choça realizaram um grande movimento grevista, exigindo
diária mínima de Cr$ 2 mil (dois mil cruzeiros); equiparação salarial entre
homens e mulheres; hora-extra e benefícios; escolas e água potável. Números
inexatos dão conta de 10 mil grevistas. Os cafeicultores foram obrigados a
reconhecer os direitos dos trabalhadores.
Com a crise do café, a partir do final dos anos 1980, o
município realça sua característica de polo de serviços. A educação, a rede de
saúde e o comércio se expandem, tornando Conquista a terceira economia do interior
baiano. Esse polo variado de serviços atrai a população dos municípios
vizinhos.